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História de São Jorge e Ogum

São Jorge é possivelmente um dos santos mais populares do Brasil. Se não bastasse a fé, o Santo também aparece em em Sambas e é padroeiro Corinthians e Rio de Janeiro. 

Sua imagem é também uma das mais marcantes, montado em um cavalo branco, com uma lança enfrentando um dragão. 


O caso teria acontecido na cidade de Selém, quando ele salvou uma jovem do Dragão após a mesma ter caído em um pântano. Porém, tanto este episódio, como muitos outros são lendas em torno de sua vida.


De concreto, está um documento que em português se chama “A Paixão de Jorge” do ano de 496, reconhecido pela Igreja Católica.


Segundo a versão, Jorge teria nascido na Capadócia, o que hoje é a Turquia, por volta do ano de 280. Depois, se mudou para a Palestina, se alistando no exército do Imperador Romano Diocleciano. Sempre foi retratado como um soldado destemido e admirado por todos. 


No entanto, no ano de 303, o Imperador publicou um decreto para perseguição aos cristãos. Na época, o cristianismo não era uma religião oficial e seus seguidores eram perseguidos. 


Jorge, então, teria doado seus bens e se apresentado ao Imperador, rasgando este decreto e se declarando Cristão. Por conta disso, acabou torturado e morto por decapitação em 23 de abril. Data que foi escolhida para que o Santo fosse homenageado. 


Nos séculos 6 e 7, após a cristianização do Império Romano passaram a mencionar que cristãos que deram a vida pela religião e São Jorge passou a ser um dos nomes enaltecidos.


Porém, foi no período das cruzadas que São Jorge se tornou mais popular, recebendo a fama de terem protegidos os soldados em suas missões. 


Um detalhe curioso da história de São Jorge é que desde 9 de maio de 1969, ele não integra mais o santoral oficial da Igreja Católica. 


Isso não significa nenhum rebaixamento como algumas pessoas falam. Jorge continua considerando Santo. Porém, com a falta de informações oficiais sobre a sua vida, a Igreja Católica alterou a celebração de festa litúrgica para memória facultativa. 





São Jorge na Umbanda, entenda o sincretismo religioso


No dia 23 de abril acontecem diversas homenagens a São Jorge. Porém, nem todas são feitas por católicos e nem todos são direcionados digamos ao mesmo Jorge. 


Isso porque os católicos celebram a história de Jorge da Capadócia, um soldado do Império Romano, do século III. Já os membros das religiões de matriz africana, como a Umbanda, celebram Ogum. E o motivo disso é o sincretismo religioso. 


Ao serem trazidos para o Brasil, os escravizados eram obrigados a se converterem ao catolicismo, abandonando assim as suas religiões. 


Para fugir de qualquer tipo de punição, os escravizados então buscaram uma maneira de manter viva a sua crença. E a forma disso foi usar imagens católicas para representar seus orixás. 


Desta foram, ao serem vistos, pareciam que estavam celebrando, rezando para um Santo, mas na verdade estavam celebrando a divindade deles.


No caso de Ogum, São Jorge foi escolhido porque assim como Ogum, é um guerreiro que não foge das batalhas. 


História de Ogum


O dia 23 de abril é marcante para algumas religiões brasileiras. Para as religiões de matriz africana, é a data de celebrar Ogum. 


Isso acontece porque durante a proibição da Umbanda no Brasil, no período da Escravidão, Ogum foi sincretizado com São Jorge, especialmente pelas suas características de guerreiros.


Ogum é um Orixá que representa a coragem, a tecnologia, o trabalho árduo, o ferro, a caça e a agricultura. É apresentado sempre como um guerreiro valente e que carrega uma espada.


Segundo a história passada de geração em geração, Ogum recebeu a missão de liderar a cidade de Ifé após com sua espada de ferro conseguiu derrubar árvores para abrir novos terrenos para plantio. 


Ogum então ensinou a todos o conhecimento do ferro. É também representando como um grande caçador. 


O que é sincretismo religioso?


Sincretismo religioso é uma fusão de diferentes tradições e culturas. No entanto, apesar de ser uma fusão, em muitas casos, isso ocorre em meio a uma tentativa de resistência contra uma tentativa de apagamento de uma cultura. 


No Brasil, o período da escravidão foi o que o sincretismo religioso foi o mais marcante e que tem reflexos até os dias de hoje.


Na ocasião, as religiões de matriz africana, trazidas com os escravizados eram proibidas. O cristianismo era imposto pelos portugueses. 


Para não serem castigados, os escravizados então passaram a adotar imagens catálogos para seus rituais e celebrações. Porém, apesar de usar uma imagem católica, a adoração era feita as divindades de suas religiões. 


Por isso, até hoje, muitos ainda celebram Ogum como São Jorge.